A empresa brasileira de engenharia Cotesa Engenharia está expandindo seus negócios de operação e manutenção no setor de energia elétrica.
O CEO João Junklaus e seu assessor Felipe Andreas contam ao BNAmericas que a empresa busca agora um parceiro internacional para entrar no mercado brasileiro de turbinas eólicas.
Também falaram sobre os riscos do grande desconto que as transmissoras estão oferecendo nas licitações reguladas, entre outros assuntos.
BNAmericas: Qual foi o desempenho da Cotesa nos últimos anos?
Junklaus: Estamos crescendo bastante. Em 2018 aumentamos a receita em 22%, 28% em 2019 e em 2020 crescendo em torno de 18-20%. Somos cerca de 300 funcionários, com 100 atualmente trabalhando em casa devido à pandemia.
Andreas: Somos uma empresa de operação e manutenção de sistemas elétricos, principalmente de transmissões de energia. Há cerca de seis anos, investimos no aprimoramento de nossas competências técnicas e na criação de um Centro de Operações 24 horas por dia e 7 dias por semana. Também aproveitamos a oportunidade para explorar mais ativos de geração renovável, incluindo energia solar, eólica e hídrica. Hoje, cerca de 30% de nossas receitas estão ancoradas em serviços de O&M para ativos de geração.
BNAmericas: Como está seu portfólio atualmente?
Operamos e mantemos 2,7 GW de usinas eólicas solares e 490MW de unidades de geração hidrelétrica, além de 106 subestações e 7000 km de linhas de transmissão em 21 estados e no Distrito Federal.
BNAmericas: Como você vê o grande pipeline de projetos de energia renovável entrando em operação nos próximos anos?
Junklaus: Temos uma enorme frota de turbinas eólicas com períodos de garantia expirando. Ao contratar um parque eólico, o investidor contrata a turbina e o fabricante para fazer a O&M por cinco anos. Portanto, estamos estudando a entrada no mercado de O&M para turbinas eólicas. Já fazemos a “parte de baixo”, despachando a produção, que é a operação da subestação e as ligações elétricas e BOP (saldo da planta). Queremos então buscar um parceiro fora do Brasil que já faça isso (O&M de turbinas eólicas) nos Estados Unidos ou na Europa, por exemplo, com expertise que possa explorar esse mercado.
BNAMericas: O mesmo com as usinas solares?
Junklaus: Já estamos fazendo de tudo por 500MW de 1,1GW de energia solar em nosso portfólio, desde a operação e manutenção do próprio parque até o trecho inferior [subestações e ligações]. A barreira de entrada na energia solar não tem o mesmo protecionismo que existe para os fabricantes de energia eólica. A barreira está no financiamento dos bancos. Então, para nós, esses 500 MW são muito importantes.