Com êxito consolidado na área de transmissão, empresa aposta na O&M de ativos de geração de renováveis
Pedro Aurélio Teixeira, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção
13/09/2016
Atuando há vinte anos na prestação de serviços de operação e manutenção em transmissão de energia, a Cotesa Engenharia está implantando um Centro de Operação remota na cidade de São José, em Santa Catarina. Com investimentos de R$ 1 milhão, ele também vai operar ativos de geração eólica e PCHs. A primeira etapa da construção deve estar concluída em janeiro de 2017. De acordo com João Junklaus, presidente da Cotesa, a decisão de investir na operação de ativos de geração vem do aumento do número de players no setor. “Tem muito cliente entrando na área de geração e que precisam de um operador. Nós estamos instalando um centro de operação para esses clientes”, avisa.
O foco da expansão no centro de operação da Cotesa será na fonte eólica, a que mais vem viabilizando projetos nos leilões de energia do país. A empresa deve firmar contrato com a Atlantic, para operar parques eólicos Santa Vitória do Palmar (RS 207MW) e Renascença (RN 30 MW), além da PCH Rondinha (SC 9,6 MW). O centro vai poder monitorar mais de 100 ativos de geração espalhados pelo Brasil. A previsão é que ele possa monitorar 5 GW de potência. O centro de operação vai criar 15 empregos diretos e a expectativa é que ele em três anos empregue indiretamente 120 profissionais.
Ainda de acordo com Junklaus, um dos desafios para a Cotesa é repetir nos serviços de geração, a mesma performance de mercado que ela teve no O&M da transmissão ao longo da sua existência. Ela tem como clientes a Cien – em que tem contrato de manutenção das linhas de transmissão 525 kV, com instalações de grande porte desde a conversora de Garabi até a subestação de Ita, além das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em que faz a manutenção da ligação da usina com a subestação. O Centro será feito de maneira descentralizada, com o data center remoto e o back bone em São Paulo, de modo que ele tenha uma disponibilidade elevada.
“Saindo da máquina, a rede coletora, a LT e a subestação em si é tudo responsabilidade nossa. O ONS não despacha o aerogerador, ele manda para a subestação a responsabilidade de alterar a geração. A Cotesa modula a potência, ela aumenta ou diminui a geração com base no despacho do ONS”, avisa Nacib Elias, gerente de desenvolvimento da empresa.
No longo prazo, a intenção da Cotesa é avançar em um outro nicho de mercado promissor no país: o de manutenção de aerogeradores. Segundo Elias, atualmente os próprios fabricantes prestam esse serviço de modo monopolista, o que vem causando a insatisfação dos clientes. “A Cotesa está investindo em desenvolvimento de profissionais para justamente em um futuro entrar no mercado de eólica dentro do aerogerador”, avisa.
Mesmo ressaltando que as universidades não estão formando profissionais para a área de operação, o executivo acredita que não vai ter dificuldades na composição do quadro funcional do centro. Segundo Elias, com a crise econômica, muitos bons profissionais da área de mecânica e de automação estão disponíveis no mercado, em especial na região Sul.